domingo, 21 de outubro de 2012

Quais os projetos de poder no Brasil?

As eleições municipais no último dia 07 de outubro revela que o Brasil está mudando rapidamente no que diz respeito a perspectiva politica. O resultado extremamente conservador das urnas tanto nas capitais, quanto nos interiores, demonstra que o brasileiro mais do que nunca abandonou velhas trincheiras ideológicas e se pragmatizou. 

A polaridade entre PT e PSDB na disputa do cenário politico nacional por si só demonstra isso. Não há tanta diferença nos jeitos de governarem desses dois partidos, exceção quanto algumas agendas pontuais do PT, fruto de um partido que já defendeu uma bandeira de esquerda.

Aliás, esquerda e direita no Brasil mais do que nunca perdeu o sentido. Nem mesmo a eleição de Dilma pode indicar que tivemos uma guinada para a esquerda. Se por um lado eleger pela primeira vez uma mulher ligada às antigas militâncias comunistas demonstra um avanço quanto a perspectiva politica, por outro, sua eleição está vinculada ao carisma de Lula e a perpetuação de um projeto econômico que "deu" certo nos últimos 08 anos. Ou seja, simbolicamente Dilma representa uma mudança de paradigma politico eleitoral, por outro, um certo pragmatismo econômico.

Basta ver nossa agenda social. Os movimentos sociais perderam força, não por culpa de Dilma, mas pela força do capital, mais do que nunca pautando o chamado desenvolvimento nacional, vide o resultado das eleições municipais.

E nossa agenda ecológica? A aprovação do código florestal por si só conota o quanto o agrobusiness dá as cartas nesse país. E que fique claro que o problema do agrobusiness é que o ele faz com comunidades tradicionais, áreas históricas de preservação, práticas familiares e com paisagens, outrora dominadas por áreas verdes com a diversidade da flora brasileira.  

O Brasil cresceu e se desenvolveu sem ter passado por uma grande revolução social. Isso tem consequências. Prevaleceu no Brasil uma modernização conservadora, ou seja, a despeito de grandes e profundas alterações sociais, no horizonte venceu o projeto de poder das elites, as mais mesquinhas e estúpidas de todo o mundo, pois seus projetos de poder nunca levaram em consideração um retorno para a população, apenas para si mesmas.

O resultado das últimas eleições sinalizam o cenário eleitoral para 2014, ano da copa do mundo. De novo o que aponta no horizonte não é se teremos profundas alterações na distribuição de renda, no avanço de movimentos sociais com uma agenda positiva, e sim, quais os grupos políticos que terão a capacidade de melhor gerenciar a gastança de dinheiro público com grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.                       

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